Quando te vi lá do alto, dos teus saltos alto, faltou-me um mundo para pisar, a terra desapareceu, os horizontes perderam-se e num golpe mágico, vi-te desfilar na minha direcção. O teu corpo dançava ao sabor do vento, em câmara lenta o teu sorriso caminhava para mim, nada mais existia e quando fechei os olhos, continuei a ver-te deslizar como se fosses uma pluma de amor perdida naquele espaço, naquele mundo que agora era meu. Onde o posso guardar esse teu sorriso? Deixa-me leva-lo comigo!
Pensamentos gritantes devoram a minha mente barulhenta, não queria, juro que não queria sentir que a tua alma já foi parte da minha, talvez em outra vida, quem sabe? Quando te vi, queria correr, queria correr para junto de ti e estender-te a passadeira vermelha, queria pegar-te na mão de princesa e levar-te a ver o mundo inteiro, o mundo que vive dentro de mim.
Quando te vi queria correr para ti e segurar-te como quem segura uma vida inteira de sentimentos, uma vida que nos faz levitar e viajar em mundos dentro de mundos. Quando te vi queria correr e abraçar-te como se já fossemos conhecidos como se um abraço fosse tudo o que o mundo precisa para girar, girar como gira todos os dias.
Estou para aqui a pensar e juro que não sei como pensar no que estou a pensar, desde que te vi, tenho um mundo inteiro dentro da minha cabeça prestes a rebentar e eu aqui, com a única preocupação em saber como será pegar na tua mão e sentir a doçura e a delicadeza de quem nos cativa sem saber bem o porquê. Pouco importa...
Nada importa quando o teu sorriso e as tuas gargalhadas são as mais profundas que tenho ouvido por ai, pouco importa quando as tuas mãos me parecem tão doces e perfeitas para se segurar e prometer segurança na segurança de um sentimento, pouco importa porque quando olho para ti, vejo um mundo gigante, um mundo inteiro no alto dos teus saltos alto, tal alto que nem eu chego aos teus calcanhares. Pouco importa, porque na verdade hoje senti que quero apenas o teu coração!
Uma mão cheia de vida outra cheia de nada, um sonho acordado e outro pesadelo quando estou a dormir, uma âncora que salva e outra que afunda, quem nunca sentiu lá de cima e incapacidade de perceber o que somos e o que queremos?
Sei lá, indesejado, pergunto-me coisas estúpidas, pergunto-me sem cansar, sem esconder a curiosidade de todas as coisas que quero descobrir e volta e meia, descubro algumas delas, outras o tempo faz-me querer esquecer. Pouco importa.
Viajo pela vida numa imensidão de loucura e intensidade que não consigo explicar, na verdade, não interessa explicar isso agora, porque o mais importante é falar da viagem que me salva, a viagem que me faz lembrar, e que me estende para além do mar, mais além de todos os pensamentos, os que podemos ter, a viagem de te ter sem te conhecer.
Não existem acasos na vida, mas e se houver? Como posso falar do teu acaso sem que isto apenas pareça um golpe de sorte ou uma mera coincidência? Como posso eu falar disto sem que seja banal e que me faça sentir um tolo mais lá para a frente?
Sabes de mim? Eu sei de ti... Sei mais que os teus olhos ao vivo, sei mais que o numero de sapato que calças, sei mais que o batom que usas, ou não, sei mais do que qualquer mala tua, sei a linguagem da viagem, sei percorrer-te sem nunca te ter conhecido, sei cada traço teu mais profundo sem nunca te tocar, sei o perfume forte das viagens o perfume que conheces tão bem, sei bem a brisa diferente daquela que sentimos aqui, sei dos sabores, sei tão bem os teus sabores, os sabores de viajar, sei de ti, sei muito mais do que um corpo presente, sei de ti como sei de mim porque os dois somos como uma viagem!
Estou para aqui a escrever sem saber se vais compreender o que escrevo, talvez nem consigas compreender uma entrelinha daquilo que escrevo mas eu percebo e tal como viajar, isto é a marca como te conheci, a marca que marca na marca do tempo quando alguém que não conhecemos e mesmo assim tem a capacidade de nos marcar nesta longa viagem, a vida, a vida de te conhecer!
“Inicie sua semana reprogramando sua mente para criar aquilo que você quer.
Não diga “eu quero”. Diga “eu posso”. Não diga “não tenho”. Diga “terei em breve”.
Mude a chave de suas verbalizações para o polo positivo.
Se não possui ainda o dinheiro necessário para pagar algo, jamais diga “não tenho dinheiro”. Diga em breve terei o dinheiro necessário para…”. Se ainda não tem o ofício que ama, jamais fale mal ou amaldiçoe seu trabalho.
E também não faça o mesmo com seus relacionamentos. Isso te coloca em estado de revolta. E você receberá mais motivos para sentir-se assim. Você atrai o que você é. Abençoe em sua vida tudo aquilo que ainda lhe causa mal estar.
E agradeça. Repita sempre: “isso é apenas um aprendizado, eu abençoo essa situação, aprendo com ela e logo estarei em uma situação melhor”. Por mais difícil que sua realidade lhe pareça, essa é apenas uma percepção distorcida daquilo que você mesmo criou. Por mais estranho que seja, você se colocou onde está.
Se não gosta de sua vida agora, é porque seu interior também não lhe agrada. E toda mudança, repito e repito: vem de dentro. Não procure soluções externas.
Procure conhecer-se, amar-se, abençoar-se, perdoar-se. Sinta-se merecedor de tudo aquilo que lhe é de direito. O natural do SER é SER feliz, próspero, abundante, saudável.
Comece a decretar o que você quer em sua vida. Esqueça as ofensas, esqueça o fracasso, esqueça o que lhe faz sofrer. Liberte-se da negatividade. Peça ajuda se não consegue sozinho. Se você continuar a repetir o mesmo comportamento, repetirá também os resultados.
Mude seus hábitos mentais, escolha suas palavras, semeie o bem sem ver a quem. Coloque sua vida ou seus problemas dentro de uma bolha cor de rosa e deixe-a flutuar…
Entregue ao universo. E CREIA. Ame. Acolha. Compreenda. Sorria. Agradeça. Abrace. Sonhe.
Preencha-se da imensurável felicidade de ter todos os dias um presente: O milagre de RECOMEÇAR.”
As nuvens transformam o céu cinzento, a chuva bate-me no rosto e um cansaço ameno leva-me para longe deste mundo. Palavra soltas que me são trazidas pelo vento, e em sussurro, lentamente dizem-me "Amor, amor, meu amor, não me ames, apesar de te amar, não me ames por favor." E a chuva bate-me no rosto escondendo as lágrimas ardentes que me encurralam para longe deste mundo, longe de ti, longe do meu amor! Digo como te amo! Canto como te amo e nada muda, o céu está cinzento, cinzento como a cor da dor, a cor que pinta este meu mundo de tristeza, de uma saudade imensa que não quero sentir que não posso sentir, pois tenho a certeza que se pode morrer de amor! Eu posso morrer de amor por ti! Tudo continua igual, a chuva bate, o céu está cinzento e o vento continua a sussurrar-me a mesma coisa, que indignidade de vida, que desplante de inocência, que ignorância de amor, que tormento de sofrimento, que magoa escondida, tudo é dor, tudo é aquilo que não te consigo dizer, tudo era uma história com final feliz não fosse isto a vida real, não fosse isto uma história escrita de um amor para recordar um amor, paradoxal! Tudo muda, as nuvens já passaram, a chuva passou e o vento parou, menos as lágrimas ardentes que me transformam num constante sofrimento, não ostentando ao mundo, sou teu por inteiro, sou teu mesmo que não me queiras, sou teu mesmo que este amor seja apenas como aqueles que são contados em histórias. A minha história és tu!
Não existe passado na chuva nem futuro certo onde ela voltará a cair e tal como todas as coisas na vida, o presente é o tempo em que tudo acontece, e o meu presente para ti, é todo o amor que sinto em mim!
Olá, tudo bem? Espero que sim, espero mesmo que tudo contigo esteja bem, porque comigo, porque eu neste momento, tenho os olhos vendados, tenho um aperto enorme dentro de mim, tenho falta de borboletas de amor, tenho a falta de um sorriso, tenho a falta de um beijo, tenho a falta das tuas conversas tontas, do teu abraço apertado, eu hoje tenho falta de mergulhar em ti e não me preocupar com mais nada, tenho saudades das nossas viagens enquanto o amor percorria o nosso corpo suado de prazer! Espero mesmo que estejas bem, é o meu desejo sincero, porque não aguento ver-te chorar, não suporto sentir tristeza no teu olhar, não consigo imaginar dor dentro de ti, não quero sequer pensar que sabes o que é dor, o que é estar tão triste que quase nos sentimentos a evaporar da vida, não quero que te sintas como me sinto hoje, apesar de te sorrir quando me olhas, apesar de te dizer sempre que está tudo bem e que o passado já não importa mais. Espero que nunca sintas o sabor da derrota, a derrota que sinto por não te ter, por não te sentir, por não estares comigo quando te desejo, espero que nunca imagines a solidão do milhão de pensamentos que devoram o ser mais profundo em mim! Olá, tudo bem? Espero que a resposta seja a mesma e enquanto não te poder ter, eu espero, eu espero por ti mais um tempo, o tempo que falta para te ter! Enquanto o tempo tiver tempo eu espero por ti com todo o tempo do mundo enquanto a minha alma viver!
P.S - Por favor, eu sou paciente, mas não demores assim tanto, tenho o coração a rebentar de amor e as borboletas a saltarem me no estômago como se fossem devorar de felicidade. Vamos?
Pergunto-me sem demoras onde o tempo te guardou este tempo todo, pergunto-me por onde tens andado sem me procurar sem nunca sequer teres chegado próximo de mim e eu aqui, aqui sentado sem sentido, sentado nesta rua sem escala sem medida sem nada que me faça pensar que este é o meu mundo, o mundo onde tenho vivido sem ti! Queria estar contigo, num arquipélago de sentidos, de sentimentos, de amor e de segredos ao luar, queria um mundo de arquipélagos ao teu lado, uma mão cheia de ti sempre que o amor me tocar, queria uma lágrima de amor no meu bolso para sentir-te na rectidão desta vida e desta horas em que passo sem te ver, sem saber de ti!
Como é que tudo mudou tanto?
Um olhar mais fechado, um sorriso quebrado e escondido que se desvendou num grito épico de felicidade pura e genuína.
Não me deixes ir por favor, não me percas de vista nem por um segundo, agarra-me, devora-me, segreda-me amor, sorri-me chora-me, entende-me e eu prometo que não te falho, prometo que a tua mão será a mais bela na minha, prometo que o teu sorriso vai ser sempre o meu, prometo que serás a minha musa em todas as noites em que sinto esta vontade louca de escrever, escrever sobre ti, escrever para ti, para mostrar ao mundo o que já não cabe em mim, o que tenho medo de demonstrar, mostrar ao mundo que és tu o motivo das minhas palavras, és o motivo de tantos segredos que a minha escrita esconde!
Não me deixes ir embora... Por andaste? Por onde andas? Segura-me, guarda-me e garante-me apenas que não vais embora e que o chão que suporta o meu mundo, desapareça como se nunca tivesse existido, como se nunca tivesses entrado na minha vida. Por onde andas? As saudades são enormes... musa...
Em ti nasce um regaço, um encanto, uma melodia, uma quimera, uma esperança no horizonte, em ti nasce uma nascente de amor, em ti transborda a palavra paixão e nos teus olhos eu vejo, eu bem vejo aquele olhar gordo de desejo, aquele olhar sedente de loucura, aquele olhar que me chama, o olhar que me transcende aos céus num piscar de olhos! Bem vejo em ti! Bem vês em mim o quê? - perguntas num tom quase inaudível! Bem vejo em ti o que não vejo em mim, bem vejo em ti aquilo que sonhei ter e nunca tive. Bem vejo em ti todas as cores da vida e num ápice bem vejo em ti aquilo que sinto por mim! Bem vejo em ti a mais bela esperança de amor, bem vejo em ti, bem me vejo em ti! E agora? Agora são quatro mãos que dançam, são quatro mãos que em segredo se encontram e que se desfazem em pequenos pedaços de amor, em pequenos pedaços de desejo e prazer, são quatro pequenas mãos que se embrulham e que juram amar-se num infinito que se chama eternidade. Quanto de mim queria saudar o mais alto padrão da loucura, quanto de mim amaria a loucura feroz deste amor que teima em ficar calado em noites como esta em que escrevo, escrevo, escrevo e no fundo não sei escrever o quanto eu realmente aprecio o teu sorriso, aprecio a tua forma estranhamente doce de andar, o quanto aprecio os teus lábios beijar! Eu aqui, sentado com meia dúzia de pensamento na mão e única coisa que consigo lembrar-me neste momento é que te amo e é contigo que quero ficar!
Lá no fundo do meu silêncio, ouço uma musica e encanto-me com pouco e com nada. Estou num terraço longe do mundo e então consigo contar as estrelas que existem de noite e de dia, neste terraço ouço la no fundo o som da musica que faz uma serenata ao amor e que enche de orgulho quem lá passa, e quem lá passou em segredo dança numa louca calmaria que faz a ultima melodia desta musica pairar no ar, contagiando os pobres mendigos que sorrateiramente mendigam por amor! Era gota a gota que queria encher o choro de alegria e da enxurrada queria tornar o silêncio na sinfonia mais honesta que um sorriso frio já sentiu! Neste ninho aconchegado, fecho os olhos e o mundo é meu, o mundo é um segredo só meu, as estrelas são minhas e o brilha da vida é meu. Estou numa dança de olhares que me submete para fora de mim, que fomenta e que me decota num silêncio nu, um silêncio que me denuncia perante a luz escura dos meus pensamentos! Em tom de brincadeira, é sempre a primeira vez que quando a musica toca, o meu peito estremece como se sentisse a dança que está para chegar neste terraço, onde os nossos corpos de juntam e esquecem o mundo que está longe de nós, que está para além daquilo que conseguimos entender. Nisto quero uma memória cheia de tudo, cheia daquilo que o terraço me faz lembrar, quero para além das estrelas e do que a vista alcança, a inocência verdadeira do teu amor que conquistei quando no terraço passaste e sorriste com um olhar eloquente como quem pedia um pouco do meu mundo, um pouco disto, um pouco de nada, um pouco de música, um pouco da sinfonia que foi escrita pelo meu coração! A loucura deste nosso secreto, amor!
Enquanto esta noite me devora, os pensamentos fluem a mil e os corpos distantes dançam a mesma dança, cantam a mesma musica e confortam-se com palavras distintas. Enquanto a noite me aquece entre o teu corpo solene que se embala nas minhas palavras desertas, corpo de semideusa, corpo de quem anseia um toque para se iluminar, para cair no pecado do desejo, desejo que não é meu, desejo que não é teu, é um desejo de nós os dois que perdidos numa noite qualquer como esta, consumimos a alma um do outro até já não sentirmos mais nada para além de dois corpos suados de prazer, dois corpos suados de uma história de amor que faz arrepiar em noites assim como esta em que apesar da distancia, os corpos se sentem, os corpos amam-se, libertando-se para uma vida fora deste mundo, para fora de nós mesmos! Desejo infinitamente a mesma musica que tu, a mesma dança que o teu corpo o mesmo desejo que tu! Eu e a tua noite, não uma noite qualquer, uma noite que será nossa noite para o resto das nossas vidas! Nesta viagem, não vou querer descobrir quem ganhou ou quem perdeu, não vou querer dançar com mais ninguém, não farei promessas a mais ninguém, não vou descobrir os segredos de mais ninguém, não vou sarar feridas que não são tuas, não vou levar mais ninguém para fora do mundo, não vou desejar prazer nem vou ter prazer! Nesta viagem não te vou procurar, não te vou sentir nem te vou cantar, não te vou mostrar o quanto te gosto nem te vou segredar o quanto significas para mim em noites como esta em que as passo a escrever para nada, para ninguém! Vou continuar nesta viagem sem esperança, sem motivo para sorrir, sem dó de mim nem dó de ninguém, apenas vou seguir viagem por entre estas palavras que te escrevo como se fosse um diluvio que sai de mim. Vou continuar a viajar nesta noite enquanto sou devorado por uma mão cheia de sorrisos, e em tantos pensamentos teus em mim, vou deslizando com a língua o sabor do teu corpo, vou desbravando o teu toque, o teu silêncio, vou descobrindo cada curva tua, nua, vou me apaixonando a cada toque, vou continuar a imaginar tudo isto aqui enquanto escrevo, enquanto te exploro em pensamentos enquanto falo com o coração! A noite devora-me, não doí, quer dizer as vezes doí mas finjo que não doí e a vida continua, eu aqui sem ti, e estas palavras para te recordar! Amanhã cá estou eu de novo numa nova noite, preparado para mais uma dose de pensamentos, para mais uma dose do teu sorriso, para mais um pouco do teu sabor imaginário, amanhã cá estou eu de novo aqui esperando que me encontres, amanhã vai ser diferente, só tens que me encontrar e apertar-me contra o mundo garantido que não vou embora, garantindo que isto que aqui escrevo, não são meras palavras, palavras esquecidas pelo meu tempo, pelo teu tempo! Já decidiste? Amanhã, pela noite fora, vamos dançar?
Uma voz te beijasse o rosto quando o tempo não é suficiente para os meus lábios te beijarem. Uma mão cheia de ti, percorresse o meu corpo cheio de desejos, cheio de amor, cheio de sorrisos espelhados pelo universo do encanto das tuas mãos doces e finas, tão finas que posso imaginar o segredo delas no meu mundo.
Hoje, por aqui ando, sem mais demora e ansioso para voltar a ver-te desfilar numa dança qualquer, num andar qualquer, num piso qualquer, pouco importa, tenho mil olhares em ti e mesmo quando não me vês, eu sonho contigo e vejo-te lá do alto, de uns salto alto talvez, vejo-te a desfilar ao meu encontro e quando te alcanço, quando me alcanças, abraço, abraças-me num abraço profundo, tão profundo que consigo sentir a felicidade correr-me nas veias, sinto a felicidade em mim, em ti, sinto felicidade neste mundo bem melhor quando tu me levas para uma realidade diferente e onde só existe a harmonia e a paz que os nossos corações procuram!
E se o mar abraçasse como eu te quero abraçar? Todos os graus de areia jubilavam de felicidade, todas as rochas saltavam de contentamento, todos os peixes mergulhavam no mais profundo sentimento de amor, todos os horizontes enchiam-se de cores alegres, se o mar te abraçasse como eu te quero abraçar, eu sentiria ciúmes pois fui eu que ensinei ao mar, em todas as conversas que tive com ele, como seria abraçar-te, de que forma te abraçava num conforto e numa segurança como nunca antes sentiste! Eu sentiria ciúmes porque quando olho para o mar, vejo o teu reflexo e no teu reflexo declaro-me vezes sem conta, declaro-me como nunca declarei e mesmo na distância que nos separa agora, beijo-te como nunca beijei!
Naquele dia quando te conheci, na bravura de uma manhã solene, calma como o conforto da natureza que nos rodeava, o meu sorriso entrou num encantado jubilo, numa ternura de sentimentos, de segredos de uma outra vida qualquer que desejava ser, a vida que tu amasses, era essa a vida que gostava de ser naquela manhã em que o sol irrompeu pela porta e mostrou-me não só o teu sorriso mas também toda a quimera do teu ser doce, do teu olhar estremecido que me fez levitar por entre aqueles corredores, por entre aquelas portas feitas de um amor sortudo por te poder ver ao longo de todo o dia.
Naquele dia, procurei-te vezes sem conta e por vezes não te encontrava mas ouvia a tua voz por entre paredes, ouvia a melodia que se entranhava na minha alma, juro que te podia sentir em qualquer lugar, juro que podia até olhar para as minhas mãos e imaginar como seria um toque apaixonado, como seria o sabor da tua pele, como seria sentir a vida através dos teus lábios de princesa!
Nada pode ser por acaso por o acaso é um sorte perdida e não quero pensar que a sorte de te ter foi um acaso mas mesmo assim se tudo isto é por acaso, leva na lembrança que és o acaso mais doce que já me aconteceu, não pela doçura das tuas palavras pela encanto dos teus olhos, pela magia que fazes aconteceu no meu estômago que parecem borboletas tonas de um lado para o outro procurando as melhores palavras para te dizer quando falo contigo!
Não te conheço, quer dizer, não te conheço na plenitude dos sentidos e no termo mais profundo da questão mas se fechar os olhos, se fechar os olhos posso sentir a vida que corre em ti, posso sentir um mundo inteiro que levas nas mãos, se fechar os olhos posso jurar que a tua alma é tão antiga como a minha e que tudo isto não foi um mero acaso, foi um encontro de vidas passadas!
Todos aqueles anos em que ouvia dizer que ir ao dentista era um pesadelo, aquela imagem de brocas a salpicar-me os dentes, deixavam-me para além de enjoado, enfadonho e medroso com tal situação. Mas afinal, é tudo mentira, quando vou ao dentista, gosto de lá ir e quando saiu do consultório, estou desejoso de voltar de novo!
Hoje foi mais um desses dias, fui para o dentista mais uma vez de sorriso rasgado, vou com meia hora de antecedência não vá alguém querer entrar naquela sala primeiro que eu e arrancar os primeiros sorrisos a quem lá está.
Quando chego a porta está fechada e penso que talvez ainda ninguém tenha chegado, aguardo pacientemente quando ao longe, no parque de estacionamento avisto uma cara conhecida, diferente daquilo que costumo ver sempre que lá vou. Espantado o meu sorriso interior rasga-se em jubilo e numa dança interior de pensamentos, salto de alegria e só de a ver, só de a ver o mundo desaba e volta a erguer-se, só de a ver para além da distância, tenho vontade de saltar de alegria, anseio pelo cumprimento apertado, um toque suave e doce como só ela consegue fazer com que mexa comigo!
Aguardo impacientemente, pois os meus dentes já ressacam por aquele arranjo fulcral em que são alvos desde que coloquei de novo aparelho, os meus dentes já se ressentem da falta daquela visita mensal. Tenho quase a sensação que os meus dentes arranjam uma desculpa para lá voltar antes da data marcada. É nesta altura que devem estar a pensar que devo ter algum problema psicológico ou algo do género. Na verdade estou com um enorme problema e agrava-se sempre que entro naquela sala de dentista.
Ninguém imagina os milhões de pensamentos que me surgem sempre que estou naquela sala deitado de boca aberta, olhos nos olhos com quem me trata! Ninguém pode ter as certezas que me passam na cabeça sempre que aquele momento chega e eu ali deitado, impávidos e sereno para a vida num suspiro que quase se podia chamar de amor!
O toque, o silêncio enquanto sou tratado carinhosamente por aquela pessoa que para além de tudo é a mulher do meu olhar, a mulher que penetra-me os olhos enquanto estou ali deitado sem expressão no rosto derivado à situação em si. O tempo vai passando e eu desejando que ele não passe, queria que uma consulta durasse o dia inteiro durante vários dias e no meu egoísmo de quem gosta de olhar aquele olhar, desejava que eu fosse o seu único paciente...
Era de mim que precisavas, sabes aquele abraço que aquece alma, aquele abraço que tem o poder de arrepiar, o abraço que é capaz de guardar mil desejos e de despertar dez mil prazeres, era de mim que precisavas, aquele olhar rasgado, o sorriso que preenche o vazio de quem foi e não se preocupou como irias ficar, era de mim que precisavas, uma mão, um abraço, um segredo, um desejo, uma aventura, uma doce loucura, um prazer cheio de prazeres!
Não sabes de mim, muito menos interessa saberes de mim, eu que te tenho em mil cores, que te tenho no alto de um sentimento que ainda não sei bem o que é, tenho te bem lá no alto de uma perspectiva incomum, ardente, robusta, tenho-te numa brisa fresca de um verão louco, um verão que fica na memória como "aquele verão contigo".
Não sabes de mim e eu não te vejo mas sinto-te, sinto uma magia percorrer-me de mansinho como quem não quer vir mas que ao mesmo tempo tem o desejo de sentir a diferença entre o gostar e o amar, o saber e o dizer, dizer todas as coisas que o amor faz acreditar. Pouco importa, tenho saudades tuas e corro o risco de cair no ridículo pois tenho estas saudades eloquentes mesmo ainda não te conhecendo. Quem se importa na verdade? Ninguém!
Sou um mero anónimo, uma pseudo pessoa que despertou para ti, que despertaste algo em mim, sou um anónimo que vive com os olhos colados a alguém que nem sabe como é! Sou assim, não posso ser de outra pessoa pois quando gosto, gosto de olhos vendados, sem preconceito, vivo apenas cada momento como se fosse o único e hoje por mais que procure por ai, não encontro nada mais único que tu. Que mais pode ser bonito, gostar de alguém mesmo sem ainda a conhecer?
É de mim que precisas, um sorriso e um abraço já é um amor insubstituível!
Hoje o António é apenas mais um que por entre uma multidão insano que respira uma dor fininha, vive em desejos ardentes, vive como se o hoje fosse uma pérola que o futuro lhe deu!
Hoje, eu o António, vivo numa constante mutação de mim mesmo, sou um pedaço de quem se esqueceu de viver e agora loucamente, procura um significado ao desejo ardente que está dentro de mim, o desejo de viver. Sou eu o António que todos os dias acorda a horas tardias, já o sol quase se esconde, vivo de noite, quer dizer sou meio que obrigado pois é o meu trabalho, tomar conta da noite, não deixar que ela se porte como um adolescente eloquente tal como eu, quando tomava conta mim e pensava que já tudo sabia sem saber que nada sabia e que um dia continuava a não saber nada! Hoje sou o António, acordo e olho ao espelho e penso "Este é o António... Que António sereihoje?" Pouco importa, olho para o espelho não por vaidade mas porque um pedaço da minha inocência gosta de ver como envelheço todos os dias. Olho para o espelho e não sinto nada, meio pávido, meio doente, meio forte, meio fraco, meio tudo e tudo o que não é nada. Olho para o espelho e um rasgo de tristeza invade o meu ego, choro em silêncio e o meu ego adormece quando acordo olho para o espelho e vejo que não sou mais do que aquilo que fui ontem! Que pena... Hoje sou o António, um desajeitado que dança dentro de uma vida brilhante, brilhante, brilhante do quê? Hoje acordei e sou um tudo que nasceu para todos, sou um pedaço de quem quiser, sou uma história para quem me quiser ler, sou um universo para quem estiver preso nas estrelas, sou um sonho que teima em não acordar, sou um tudo que mente diariamente a si mesmo para poder continuar a viver neste mundo, um mundo de ninguém, um mundo triste que avança com medo de avançar porque hoje sou o António e amanhã ainda sou ninguém!
Hoje quero morrer, quero apagar-me para sempre, quero mergulhar na profunda loucura que é a morte deste corpo podre, podre de pecados! Quero morrer e deixar de sentir que algum dia fui livre para te ter e mesmo assim, perdi-te! Hoje não quero acordar! Não quero voltar a sentir o sol chegar e aquecer-me o corpo ainda de olhos fechados na cama sonhando contigo, na cama que podia ser de nós os dois. Quero esquecer que estou vivo, quero não lembrar-me que não te tenho, não consigo viver com essas escolha, a escolha de te ter deixado a algum tempo atrás por coisas estupidas, que importa agora? Fizeste a tua vida e eu não paro de me lembrar de ti, eu não paro de sonhar contigo, não consigo parar de imaginar como serias belas na minha cama quando o sol chegasse pela manhã aquecendo os nossos corpos cobertos de amor, cobertos da mais bela melodia da vida, o amor que sentimos até do outro lado do mundo. Hoje não quero viver, talvez amanhã quando acordar, talvez queiras, mas hoje sei que não quero viver sem ti, sem te beijar, sem te segurar a mão, sem te abraçar em segredo, sem te dizer o quanto gosto de ti, sem poder ouvir o teu coração bater junto do meu ouvido! Hoje não quero viver, quero morrer por todas as loucuras que fizemos em nome do nosso amor, quero morrer porque o tempo passa e ninguém consegue assegurar-me que esta dor vai passar um dia, então hoje deixo-me morrer esta noite para amanhã acordar e talvez tudo mude e te tenha de novo na sinfonia do meu despertar para a vida, a vida que tenho vontade de viver, ao lado de ti!
Nunca vou esquecer o olhar daquele rosto quebrado já pela nascença, talvez no lugar errado a uma hora incerta e prematura. Nunca vou esquecer o silêncio enternecedor daquele rosto à minha chegada a este país tão cheio de tudo mas no fim cheio de nada, Índia. Juro, juro que não posso deixar em branco esta memória que me invade, que me tormenta a cada vez que penso naquele sorriso escondido, aquele sorriso que está neste momento perdido pelas ruas de Deli. Agora, enquanto escrevo, uma lágrima chega sem avisar, uma lágrima que carrega não uma tristeza mas uma dor fininha que me estremece sempre que penso naquele rosto. Onde estás? Entre as ruas da dor? Entre as tuas lágrimas escondidas pela sujidade do teu corpo? Onde estás tu rapazinho do rosto que nunca irei esquecer? Estou para aqui a pensar no que andas a fazer e não me ocorre nada mais para além de esconderes o teu sorriso do mundo. Mas onde estás? Deixa-me ficar no teu lugar, vai para o outro lado do mundo e deixa-me aqui no teu lugar. Garante-me apenas que em algum dia vou lembrar-me de ti e não me vou sentir pequeno como me sinto agora. Juro que nunca vou esquecer o teu olhar desviado dos meus olhos e eu impotente, preso no trânsito,sem poder fazer nada, sem te poder ajudar, sem poder trocar o meu sorriso pela tua tristeza! Juro que nunca vou esquecer-te!
Nada é pouco quando tenho tudo perto de mim e mesmo assim sinto que não tenho nada, sinto que não posso ter, sinto que nada posso sentir mesmo quando é nada e tudo eu quero sentir.
Nada é pouco quando te vejo porque como por magia, tu transformas tudo, tu vens com esse teu andar de uma nota qualquer musical que me enche de uma melodia embriagada, uma melodia que me descobre e que me faz querer descobrir-te cada vez mais! Tenho tudo perto de mim e mesmo assim sinto que tenho nada, como será isso possível? Nesta varanda, falta-me tudo, falta-me um pouco de amor, falta-me o teu sorriso, falta-me as tuas mãos no meu corpo, falta o prazer da vida em nós, falta-me um abraço teu, um abraço que é tudo quando não se pode ter mais nada, e eu quero-te, desejo-te não de agora mas desde que o teu encanto de princesa despertou em mim a mais doce sensação de amor, aquela fininha melancolia que se pode chamar de amor. Que mais importa? Agora mesmo estás deitada no sofá e eu sinto-me como se fosse nada porque não tenho nada, não sou nada nem nunca serei nada ao pé de ti, isso não magoa, quer dizer, por vezes magoa mas agente faz de conta que não, pouco importa. Apesar de estares aqui, não posso sentir nada mais do que nada, se ao menos a musica que ouço no meu coração conseguisse chegar perto de ti! Enquanto escrevo, penso em ti, desejo-te como nunca desejei e quero te como nunca quis ninguém. Isto deixa-me confuso e angustiado porque sempre que te toco, sempre que toco em ti, apetece-me chorar, não de tristeza, mas sim porque o teu toque enche o meu coração e inspirar-me com a delicadeza do teu amor que bem vejo no teu olhar, um olhar cheio de amor mas que ao mesmo tempo não diz nada, apetece-me chorar porque mesmo desejando-te como nunca desejei ninguém, eu continuo a ser nada, pelo menos nada para ti.. Eu sou nada...