Lembras-te quando te vi pela primeira vez? Hoje, isso já pouco importa...
Lembras-te? lembras-te daquele sentimento que se espalhou pelo ar, lembras-te da pressa com que as horas passaram por nós? Lembras-te de quando eu te escrevi mesmo quando ainda nem te conhecia? Lembras-te quando te abracei sem nunca te ter abraçado? Eu aqui, tu ai, abracei-te a alma sem pensar nas consequências, abracei-te porque é o impulso do amor que surge em mim, abracei-te nesta distancia pois mesmo não estando junto, eu vou estar aqui. Eu aqui, aqui tenho vontade de fechar os olhos e respirar-te de amor, saltar de alegria no silêncio das minhas palavras, tenho vontade de te procurar por ai dando outro sentido ao que sinto, ao que quero que sintas por mim. Eu aqui com vontade de fechar os olhos e sonhar alto, sonhar bem alto para que me possas ouvir, para que possas entender os meus desejos e os meus medos, eu aqui, tenho vontade de ser um pouco mais teu, um pouco mais parte de ti. Agora, depois de abrir os olhos, respiro fundo e olho em volta numa busca interminável de ti, procuro-te no meio de tantas palavras, procuro-te não sabendo nada da vida, sabendo que apenas amanhã não existe e hoje, hoje é o dia que quero estar contigo! Respiro fundo e bem lá no fundo da minha respiração, sinto-te, desculpa, desculpa por te sentir, desculpa por querer pegar-te ao colo e mesmo que tudo esteja bem, dizer-te que tudo está bem, desculpa se cada gargalhada tua é a mais bela nota musical que faz com que queira ser um cantor para te poder acompanhar, desculpa se não existe outra forma de te explicar que me estou a apaixonar, desculpa, mas lembras-te? Lembras-te da primeira vez que te vi? Então olha-me nos olhos e beija-me, e agora acorda-me deste sonho, acorda-me e leva-me para uma realidade bem melhor!
António Vieira da Silva
