A tua falta transformou-se em dor...
Tenho aqui na mão o deserto do nada que existe, queria pegar de novo a tua mão, segura-la com a segurança de como quem cuida de algo com amor. Percorro os mesmo caminhos que percorremos os dois, em sonhos é verdade, para que nunca me esqueça dos momentos que são inteiramente nossos.
Queria estar de novo naquele porto, olhar o teu olhar pela primeira vez mais um vez para sentir o que senti sem que consiga descrever o teu olhar no meu, o teu sorriso em mim, a tua voz doce percorrendo o meu corpo como a melodia da nossa dança no final daquela noite em que sinto as saudades de te olhar, aquelas saudades de te segurar pela mão mais um vez no meio da avenida. Pelas ruas sinto a tua presença e quero-te mais e mais do que aquilo que um dia poderei ter, quero-te sentir mais uma vez como da primeira vez como quando sorrimos sem motivos para sorrir como quando nos tocamos sem motivos para nos tocar mas que tudo isto nos levou a uma felicidade estranhamente saudável e segura para que nos possamos amar.
A tua falta transformou-se numa completa dor, por isso vem, vem desvendar-me secretamente, vem ser feliz e fazer-me feliz desvendando o que sentimos, o que queremos, o que desejamos deste sentimento que se chama amor!
António Vieira Da Silva