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Eu, António

Um encontro profundo entre as minhas viagens e a escrita, é o motivo para partilhar o que me faz feliz, com todos vocês.

Eu, António

Um encontro profundo entre as minhas viagens e a escrita, é o motivo para partilhar o que me faz feliz, com todos vocês.

Achas que sabes dançar?

Enquanto esta noite me devora, os pensamentos fluem a mil e os corpos distantes dançam a mesma dança, cantam a mesma musica e confortam-se com palavras distintas. Enquanto a noite me aquece entre o teu corpo solene que se embala nas minhas palavras desertas, corpo de semideusa, corpo de quem anseia um toque para se iluminar, para cair no pecado do desejo, desejo que não é meu, desejo que não é teu, é um desejo de nós os dois que perdidos numa noite qualquer como esta, consumimos a alma um do outro até já não sentirmos mais nada para além de dois corpos suados de prazer, dois corpos suados de uma história de amor que faz arrepiar em noites assim como esta em que apesar da distancia, os corpos se sentem, os corpos amam-se, libertando-se para uma vida fora deste mundo, para fora de nós mesmos!
Desejo infinitamente a mesma musica que tu, a mesma dança que o teu corpo o mesmo desejo que tu! Eu e a tua noite, não uma noite qualquer, uma noite que será nossa noite para o resto das nossas vidas!
Nesta viagem, não vou querer descobrir quem ganhou ou quem perdeu, não vou querer dançar com mais ninguém, não farei promessas a mais ninguém, não vou descobrir os segredos de mais ninguém, não vou sarar feridas que não são tuas, não vou levar mais ninguém para fora do mundo, não vou desejar prazer nem vou ter prazer! Nesta viagem não te vou procurar, não te vou sentir nem te vou cantar, não te vou mostrar o quanto te gosto nem te vou segredar o quanto significas para mim em noites como esta em que as passo a escrever para nada, para ninguém! Vou continuar nesta viagem sem esperança, sem motivo para sorrir, sem dó de mim nem dó de ninguém, apenas vou seguir viagem por entre estas palavras que te escrevo como se fosse um diluvio que sai de mim.
Vou continuar a viajar nesta noite enquanto sou devorado por uma mão cheia de sorrisos, e em tantos pensamentos teus em mim, vou deslizando com a língua o sabor do teu corpo, vou desbravando o teu toque, o teu silêncio, vou descobrindo cada curva tua, nua, vou me apaixonando a cada toque, vou continuar a imaginar tudo isto aqui enquanto escrevo, enquanto te exploro em pensamentos enquanto falo com o coração!
A noite devora-me, não doí, quer dizer as vezes doí mas finjo que não doí e a vida continua, eu aqui sem ti, e estas palavras para te recordar!
Amanhã cá estou eu de novo numa nova noite, preparado para mais uma dose de pensamentos, para mais uma dose do teu sorriso, para mais um pouco do teu sabor imaginário, amanhã cá estou eu de novo aqui esperando que me encontres, amanhã vai ser diferente, só tens que me encontrar e apertar-me contra o mundo garantido que não vou embora, garantindo que isto que aqui escrevo, não são meras palavras, palavras esquecidas pelo meu tempo, pelo teu tempo!
Já decidiste? Amanhã, pela noite fora, vamos dançar?

 

António Vieira Da Silva

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