Mesmo Que Não Te Tenha, Sou Teu Por Inteiro!
As nuvens transformam o céu cinzento, a chuva bate-me no rosto e um cansaço ameno leva-me para longe deste mundo.
Palavra soltas que me são trazidas pelo vento, e em sussurro, lentamente dizem-me "Amor, amor, meu amor, não me ames, apesar de te amar, não me ames por favor."
E a chuva bate-me no rosto escondendo as lágrimas ardentes que me encurralam para longe deste mundo, longe de ti, longe do meu amor! Digo como te amo!
Canto como te amo e nada muda, o céu está cinzento, cinzento como a cor da dor, a cor que pinta este meu mundo de tristeza, de uma saudade imensa que não quero sentir que não posso sentir, pois tenho a certeza que se pode morrer de amor!
Eu posso morrer de amor por ti!
Tudo continua igual, a chuva bate, o céu está cinzento e o vento continua a sussurrar-me a mesma coisa, que indignidade de vida, que desplante de inocência, que ignorância de amor, que tormento de sofrimento, que magoa escondida, tudo é dor, tudo é aquilo que não te consigo dizer, tudo era uma história com final feliz não fosse isto a vida real, não fosse isto uma história escrita de um amor para recordar um amor, paradoxal!
Tudo muda, as nuvens já passaram, a chuva passou e o vento parou, menos as lágrimas ardentes que me transformam num constante sofrimento, não ostentando ao mundo, sou teu por inteiro, sou teu mesmo que não me queiras, sou teu mesmo que este amor seja apenas como aqueles que são contados em histórias.
A minha história és tu!
Não existe passado na chuva nem futuro certo onde ela voltará a cair e tal como todas as coisas na vida, o presente é o tempo em que tudo acontece, e o meu presente para ti, é todo o amor que sinto em mim!
António Vieira Da Silva