Sempre vou lembrar-me da noite em que o meu coração, quase entrou em arritmia, num jogo entre a velocidade maluca e a lentidão de uma câmara lenta, aquela noite em que lá estava eu, com as mãos suadas, com o corpo molhado, não pela chuva que caia nessa altura, mas porque nunca te tinha visto, mas já te tinha sonhado por completo. Lá estava eu naquele bar onde ouvia ruídos por todos os lados e tu nunca mais chegavas. Vou lembrar-me da primeira vez em que te vi através do vidro (...)
Naquele dia quando te conheci, na bravura de uma manhã solene, calma como o conforto da natureza que nos rodeava, o meu sorriso entrou num encantado jubilo, numa ternura de sentimentos, de segredos de uma outra vida qualquer que desejava ser, a vida que tu amasses, era essa a vida que gostava de ser naquela manhã em que o sol irrompeu pela porta e mostrou-me não só o teu sorriso mas também toda a quimera do teu ser doce, do teu olhar estremecido que me fez levitar por entre aqueles (...)