Eu estou aqui, no meio do caos onde a vida se faz, onde a vida se torna num temporal sem tempo algum, que me faça esquecer do teu olhar, que me faça esquecer de ti. Eu que tanto te sonhei e nunca me esqueci do leve toque da tua mão, quando nos vimos pela primeira vez, eu que tenho vivido num temporal onde passo os dias cantando debaixo de tanta chuva, aquela chuva fininha e dolorida que os olhos deixam cair. Eu por aqui vou num deslumbro soberbo onde quero que tudo me seja (...)
Sempre vou lembrar-me da noite em que o meu coração, quase entrou em arritmia, num jogo entre a velocidade maluca e a lentidão de uma câmara lenta, aquela noite em que lá estava eu, com as mãos suadas, com o corpo molhado, não pela chuva que caia nessa altura, mas porque nunca te tinha visto, mas já te tinha sonhado por completo. Lá estava eu naquele bar onde ouvia ruídos por todos os lados e tu nunca mais chegavas. Vou lembrar-me da primeira vez em que te vi através do vidro (...)
Naquele dia quando te conheci, na bravura de uma manhã solene, calma como o conforto da natureza que nos rodeava, o meu sorriso entrou num encantado jubilo, numa ternura de sentimentos, de segredos de uma outra vida qualquer que desejava ser, a vida que tu amasses, era essa a vida que gostava de ser naquela manhã em que o sol irrompeu pela porta e mostrou-me não só o teu sorriso mas também toda a quimera do teu ser doce, do teu olhar estremecido que me fez levitar por entre aqueles (...)