Sempre vou lembrar-me da noite em que o meu coração, quase entrou em arritmia, num jogo entre a velocidade maluca e a lentidão de uma câmara lenta, aquela noite em que lá estava eu, com as mãos suadas, com o corpo molhado, não pela chuva que caia nessa altura, mas porque nunca te tinha visto, mas já te tinha sonhado por completo. Lá estava eu naquele bar onde ouvia ruídos por todos os lados e tu nunca mais chegavas. Vou lembrar-me da primeira vez em que te vi através do vidro (...)
Enquanto esta noite me devora, os pensamentos fluem a mil e os corpos distantes dançam a mesma dança, cantam a mesma musica e confortam-se com palavras distintas. Enquanto a noite me aquece entre o teu corpo solene que se embala nas minhas palavras desertas, corpo de semideusa, corpo de quem anseia um toque para se iluminar, para cair no pecado do desejo, desejo que não é meu, desejo que não é teu, é um desejo de nós os dois que perdidos numa noite qualquer como esta, consumimos a (...)