Não faz assim tanto tempo que nos conhecemos, e isso realmente não tem grande importância para mim, porque cada gargalhada tua, é como a mais bela melodia que me embala para o mais profundo pensamento, que carrega não só o que sinto, mas sim toda a magia do teu olhar, lembrando-me daquela forma bela como caminhaste ao meu lado naquela noite em que pude de novo sentir algo, este algo que não tem nome, não pode ter nome pelo menos até eu te descobrir, por completo. Sem que queira (...)
Eu estou aqui, no meio do caos onde a vida se faz, onde a vida se torna num temporal sem tempo algum, que me faça esquecer do teu olhar, que me faça esquecer de ti. Eu que tanto te sonhei e nunca me esqueci do leve toque da tua mão, quando nos vimos pela primeira vez, eu que tenho vivido num temporal onde passo os dias cantando debaixo de tanta chuva, aquela chuva fininha e dolorida que os olhos deixam cair. Eu por aqui vou num deslumbro soberbo onde quero que tudo me seja (...)
Sempre vou lembrar-me da noite em que o meu coração, quase entrou em arritmia, num jogo entre a velocidade maluca e a lentidão de uma câmara lenta, aquela noite em que lá estava eu, com as mãos suadas, com o corpo molhado, não pela chuva que caia nessa altura, mas porque nunca te tinha visto, mas já te tinha sonhado por completo. Lá estava eu naquele bar onde ouvia ruídos por todos os lados e tu nunca mais chegavas. Vou lembrar-me da primeira vez em que te vi através do vidro (...)
Quero trabalhar todas as horas do dia, quero despertar cedo, logo pela manhã calada, quando o silêncio ainda é uma promessa da tua chegada! Quero trabalhar todas as horas do dia para que possa olhar para ti, para que te possa sentir, sentir da forma mais profunda do termo da palavra, quero sentir o aroma do teu perfume invadir-me pela calada e que esse cheiro possa ficar comigo quando os meus olhos já não te alcançarem. Mal posso esperar que chegues, mal posso esperar que faças o (...)
Aqui sentado, no alto desta montanha, algures num descampado em França, escrevo sobre memorias, escrevo sobre pessoas que nos marcam pelo seu olhar, pelo seu sorriso, nos marcam até pela simples forma tranquila como respiram, nos marcam pelos movimentos do seu corpo, parecendo que tudo faz parte daquele guião que nunca existiu, mas de uma forma ou de outra nos uniu de um jeito intemporal, assim desejo que seja, intemporal como todo o carinho que sinto por essa memoria que me faz (...)