Eu estou aqui, no meio do caos onde a vida se faz, onde a vida se torna num temporal sem tempo algum, que me faça esquecer do teu olhar, que me faça esquecer de ti. Eu que tanto te sonhei e nunca me esqueci do leve toque da tua mão, quando nos vimos pela primeira vez, eu que tenho vivido num temporal onde passo os dias cantando debaixo de tanta chuva, aquela chuva fininha e dolorida que os olhos deixam cair. Eu por aqui vou num deslumbro soberbo onde quero que tudo me seja (...)
Sempre vou lembrar-me da noite em que o meu coração, quase entrou em arritmia, num jogo entre a velocidade maluca e a lentidão de uma câmara lenta, aquela noite em que lá estava eu, com as mãos suadas, com o corpo molhado, não pela chuva que caia nessa altura, mas porque nunca te tinha visto, mas já te tinha sonhado por completo. Lá estava eu naquele bar onde ouvia ruídos por todos os lados e tu nunca mais chegavas. Vou lembrar-me da primeira vez em que te vi através do vidro (...)
Nunca vou esquecer o olhar daquele rosto quebrado já pela nascença, talvez no lugar errado a uma hora incerta e prematura. Nunca vou esquecer o silêncio enternecedor daquele rosto à minha chegada a este país tão cheio de tudo mas no fim cheio de nada, Índia. Juro, juro que não posso deixar em branco esta memória que me invade, que me tormenta a cada vez que penso naquele sorriso escondido, aquele sorriso que está neste momento perdido pelas ruas de Deli. Agora, enquanto escrevo, (...)