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Eu, António

Um encontro profundo entre as minhas viagens e a escrita, é o motivo para partilhar o que me faz feliz, com todos vocês.

Eu, António

Um encontro profundo entre as minhas viagens e a escrita, é o motivo para partilhar o que me faz feliz, com todos vocês.

Tenho a mão cheia de ti...

Sempre vou lembrar-me da noite em que o meu coração, quase entrou em arritmia, num jogo entre a velocidade maluca e a lentidão de uma câmara lenta, aquela noite em que lá estava eu, com as mãos suadas, com o corpo molhado, não pela chuva que caia nessa altura, mas porque nunca te tinha visto, mas já te tinha sonhado por completo. Lá estava eu naquele bar onde ouvia ruídos por todos os lados e tu nunca mais chegavas.

Vou lembrar-me da primeira vez em que te vi através do vidro turvo da janela daquele bar, aquele olhar doce, aquele olhar natural, aqueles cabelos encaracolados que ao sabor do vento, já me tinham enfeitiçado num ápice de segundo e meio!

Foste entrando, com o olhar de quem me procurava, e eu estava lá, eu estava ali junto da porta, pronto para te abraçar, pronto para te sentir, sentir muito mais além de tudo aquilo que pensei em ter para te dar.

Supostamente era apenas uma noite com um copo de vinho, uma mão cheia de histórias, um encontro de línguas, línguas no sentido da fala, a fala que se aggarou a nós como se fosse a deixa de um filme onde alguém se esqueceu de dar um final.

Não queria que fosse assim, mas tenho saudades do teu sorriso, saudades do leve toque na tua mão com o pretexto que falo muito com as mãos, tenho saudades das gargalhadas e da tua sabedoria que me ia atraindo cada vez mais a ti, tenho saudades de ter a mão cheia de ti, mão cheia de ti no sentido mais profundo do termo, um termo que ainda não lhe posso dar um nome, porque não existe nome que signifique aquele mar de sensações.

Somos muito comuns um com o outro para ser verdade que aquela, era a primeira vez que nos víamos, pois temos tanto em comum, que tudo isto parece irreal, e isso eu consigo entender quando me pedes calma. Mas e se a calma já não tem mais paciência?

Sim, estas palavras são para ti, são todas tuas embora não percebas grande parte do que aqui foi escrito, mas são tuas, e se não quiseres dizer nada em relação a isso, ao menos guarda para ti, envolve bem estas palavras no teu coração e não as deixes escapar, guarda-me como se fosse um sonho que talvez um dia se possa tornar, realidade...

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António Vieira Da Silva

Sardinha

 

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Imagem Kaffee Berlin